"Vim definitivamente para Canoinhas em fins de 1978. Só então conheci a velha estação de trens de Canoinhas. Estava ABANDONADA, já naquele ano. Era de madeira e pintada de um marrom bem desbotado pelo tempo. A mim, ainda um menino, inspirava um clim
...a de filmes "noir" de terror, como nas fitas de Bela Lugosi, o Drácula daqueles velhos tempos. Às vezes eu passava por ali em noites escuras e ouvia o estalar da madeira, como ela se estivesse lamentando a morte de tantos caboclos que tiveram suas vidas ceifadas por conta de uma guerra insana gerada pela ganância dos homens que, já naqueles idos tempos sobrepunham o valor do vil metal ao valor das vidas do povo inglório que teve o azar de ter nascido nas plagas onde a cobiça prevalecia sobre o orgulho de ser um caboclo das terras contestadas. Meus ouvidos pareciam captar o som do sangue caboclo escorrendo pelas frestas do assoalho de imbuia da velha estação e gotejando para adubar a terra onde nascera." Comentário do escritor Pedro Penteado Do Prado no Grupo do Facebook "Baú da Felicidade anos 1920"..
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